quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Juntando hojas

Vas juntando hojas en dirección a un nuevo libro. Esta operación te lleva a recuperar vivencias, lugares, momentos. Como en aquella canción de Los Beatles, que dice: There are places I´ll re-member all my life, though some have changed. All my life I´ll re-member all these places. Remember. Vou juntar sempre esses pedaços. Seguirei juntando até me ter de volta de todo. Até recompor a unidade do meu ser.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Vistas

Tinhas estado novamente em Praia Bela. Bela praia, verdadeiramente. A vista sempre mutante, do rio e do mar, refazendo a paisagem. As dunas. As pegadas das pessoas na areia. Os restaurantes, as palhoças. A vista das mulheres preciosas, andando de um lado para outro. As ondas do mar, desenhando a forma ímpar da água encrespada em movimento. A garçonete que serviu a mesa. O ensopado, o peixe, a cerveja. O céu azul com nuvens. Os morros cobertos de árvores, no fundo da paisagem. A vista dos coqueiros marcados contra o fundo da paisagem, como uma gravura. Te admira a característica de certas vistas de paisagens, sejam rurais ou urbanas. Hoje de manhã, indo e vindo da praia, os paralelepípedos no chão, te chamaram a atenção. Pareciam talhados na pedra. São pedras talhadas, mas pareciam talhadas no espaço, na tua vista, à tua frente. Na vista dos coqueiros na volta de Praia Bela, a mesma impressão: os coqueiros pareciam talhados no espaço, na tua vista.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Possibilidades

Aquela manhã, na sala de espera, vira várias pilhas de revistas. As poltronas. Os quadros. As plantas ornamentais. Pensara: não lembrarei mais disto. Mas lembrava. Folheara uma revista e lera algo sobre a leitura nos tempos digitais. Folheara várias revistas. Ivete Sangalo. A escrita. Leitura. Lembrara do dia de ontem. Eu posso ser. Eu posso ser eu mesmo. Eu posso estar aqui. Estar, ser, fazer. Várias possibilidades, inúmeras possibilidades para o ser humano. O Reino de Deus é isto. A culpa é uma forma de dominação, de exploração da pessoa humana. E se isto fosse tudo, pensou. Por que não pensar que isto é tudo? A minha esposa, a minha família, as redes de que participo. Estes trabalhos de formiga em direção a um mundo melhor que começa em cada um, em cada uma de nós. Eu posso estar aqui, pensava. Eu posso ser que eu sou. Aliás, eu somente posso ser quem eu sou. E eu apenas posso estar aqui. Vira a romãzinha no pé, perto da porta de entrada. O carro lá fora. A rua. O som dos carros passando, distante. Depois, a farmácia. A rosa branca. Estar, ser. Fazer. Possibilidades do ser humano.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Escrevo para

Quando o escrever incomoda? Quando o que escrevo incomoda? Não tenho tentado, ao escrever, atacar ninguém, nem agredir alguma ideologia ou modo de ser ou de pensar. Nem mesmo quando me refiro ao capitalismo como um sistema perverso ou negativo, o faço desde um ponto de vista da luta pela destruição deste sistema daninho. Quando critico o capitalismo ou algum comportamento, não o faço com a finalidade de destruir alguma coisa. Não nego, no entanto, que sonho com ver um dia chegar em que não existam mais fronteiras, controles migratórios, exércitos, violência, guerra. Mas o que quero dizer, o tom geral desta conversa, é que eu escrevo sempre com uma intenção construtiva. Mesmo quando tenho escrito algo em contra de certas formas de pensar ou de agir, ou de alguma instituição, não o faço com uma intenção destrutiva e, sim, por estar empenhado, pessoal e coletivamente, na construção de formas de ser, pensar, sentir e agir baseadas no amor, no mais profundo respeito pela vida. Tudo isto é para dizer que estou tentando passar a limpo este meu oficio de escrever. De tanto escrever, em algum momento a pessoa chega a uma espécie de território indefinível, em que a realidade que escreve e a que vive, estão fundidas, são uma só. Este processo em que me encontro, este instante original, são algo de muito precioso. É como uma reversão do tempo. É como se o seu passado e o seu presente, a sua vida toda, tivessem voltado a ser o que são, o que foram. Tempo unificado. É claro que isto não teria ocorrido, a não ser a través de um diálogo construtivo e criativo com pessoas que me foram lendo, e, que ao me lerem, foram me dando a oportunidade de que eu mesmo fosse me lendo de maneira nova. Assim fui renascendo, fui voltando, como sigo voltando, a ser quem eu sou. Neste diálogo construtivo em que fui e continuo sendo cada vez mais o ser que sou, tiveram e tem um papel fundamental, algumas pessoas. Várias delas, muitas delas, terapeutas comunitários, ou pessoas ligadas a esta área de atuação. Outras, alguns amigos e pessoas da família, que foram vendo que o que vinha, que o que estava vindo, era eu mesmo. Este que agora escreve estas coisas, e que era cada vez mais, outra coisa, não uma coisa adulterada, falseada, falsificada, e sim algo genuíno, algo novo, algo verdadeiro. Por isto, e já vou chegando ao fim destas linhas, digo que escrevo para me ter de volta. Escrevo para ser cada vez mais a pessoa que sou. Devo agradecer e agradeço a todas essas pessoas que me foram ajudando a voltar. Algumas já não se encontram mais no plano físico da existência, mas estão comigo nesta caminhada. A todas e a todos, obrigado. Escrevo para ser, e escrevo para que, em eu sendo cada vez mais quem sou, outros e outras sejam cada vez mais, eles mesmos, elas mesmas.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Pulsando

Essa tarde, andara com uma alegria diferente no peito. Um espaço maior dentro de si. O sentimento alimentado. Conversara com cada um dos seus filhos e filhas. Essas vozes ecoavam dentro de si. Eram como sons musicais. Tons a tocar na sua alma, e a lhe alegrar. As caminhadas da manhã e da noite, o dia como um emaranhado de caminhos e decisões, indecisões, reflexões. Algo dentro de si se abrira, se expandira. Pegara um livro de Paulo Freire na universidade. Fora ao sindicato, receber um celular de presente, ganho por sorteio na confraternização de fim de ano. Olhara aqueles olhos da sua amada, como sois a sorrirem. Tecera mais alguns fios dessa trama que é a vida. Ou fora tecido por eles? Talvez um pouco de cada coisa. Andara pela avenida em frente à igreja de Nossa Senhora de Guadalupe. Agradecera, no meio da caminhada, pela vida. Uma emoção profunda o embargou. Quanta vida passada, e o presente, como uma ponta de uma pirâmide. A reunião de todos os caminhos. Lembrara da vista do mar à noite e pela manhã. Luzes de noite. Sol de manhã. Sol e lua. A vida, um eterno giro. No coração, tantos seres queridos. Escritor, constrói o mundo em que vive. A sua vida é um pulsar para a página e da página para a vida. Vida e página. Vida página. Paginando a vida. Moldamos o nosso existir. Construímos a toda hora o ser que somos, e, também, somos moldados por tudo que acontece ao redor e conosco mesmos. O cajueiro. As acácias. As flores lilases e vermelhas, amarelas, da calçada em frente e de todas as calçadas do bairro. O flamboyant. A escola. As ruas. Os carros. As pessoas. As árvores. Boa noite.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Ocaso

A veces no sabes bien qué hacer. Has andado, caminhado por las veredas del barrio. Has hecho algunos trámites y diligencias necesarios. Correo. Banco. Has conversado con un amigo al que admiras. Gente que no desiste, insiste. Insiste en la esperanza, en lo comunitario. Cómo es notable que haya personas de bastante edad, que no desisten de creer en la movilización social. Ayer leía una frase de Dom Helder Câmara, que decía que el secreto de la felicidad en la vejez, es tener una causa por la cual vivir. No sé si es textual la frase, pero el sentido lo es. Yo miraba el rostro de Dom Helder en la foto. Recordaba otras personas de edad que no desistieron de creer, y de trabajar por sus sueños, sueños colectivos y personales, hasta el fin de sus días. Mi madre fue una de ellas. Gente que no se entregó a la vejez como si fuera un tiempo de abandono, de esperar la muerte llegar. Recuerdo a mis abuelitas Oliva y Mamina. Ninguna de las dos se entregó a esa especie de abandono. Siguieron de pie, encendidas, en su propia forma de vivir, hasta el fin. Tejiendo, leyendo, rememorando, cantando, cultivando la amistad, la fe, la oración. Quisiera morirme así. El día ya se ha hecho noche, y recuerdas las plantas que viste. El aroma de los jazmines, de unas flores rojas que viste al caminar por la avenida. Las flores amarillas y naranja del jardín del frente. Las primaveras, o santa-ritas, o bougainville. Las flores blancas que perfuman por todas partes. Las acacias, que penden como farolitos japoneses. El día ha entrado en esa modorra nocturna, cuando las luces de la ciudad tejen hilos de luz en todas las direcciones. Tratas de cerrar el día, pero ¿quién es que puede cerrar un día? El día se cierra por sí mismo, si es que de hecho esto ocurre. Talvez el dia se vaya corriendo atrás de la noche, jugando a las escondidas.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Esta noite

Fora caminhar pela beira mar. Ver gente, a noite. Luzes, carros, pedestres. O mar lá atrás, fundido com o céu. As ondas, os barcos. Uma mulher caminhava na sua frente. Vira a beleza dela. O andar gingado. Fora adiante. As estátuas na pracinha em frente ao centro empresarial Tambaú. As ondas quebrando. A água na calçada. Mais gente, agora vindo desde Manaíra. A agência do Banco do Brasil. A casa do sertão, mais lá em cima. As lojinhas de artesanato. A feirinha. Tecidos. Bolsas. Roupa. O hotel tropical Tambaú. Mais barracas. A igreja de Santo Antônio de Lisboa. Vira os vitrais. Uma figura de santo lembrou-lhe São Francisco de Assis. Sentiu alguma coisa boa. Uma lembrança de pequeno, de jovem. Entrara numa loja, e vira alguns quadros, artesanias. Dias atrás, lendo Gabriel García Márquez, percebera como alguns escritores e algumas escritoras transcrevem a vida de uma maneira mais fiel do que a própria vida. Tivera lembranças muito sutis da infância. Não as lembranças padronizadas. Outras, mais inteiras. O tempo unificado voltara.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A literatura traz a vida para mais perto

Quando leio um relato, uma novela, um conto, posso me ver nas personagens. Posso lembrar de mim mesmo ao ler o que os escritores e as escritoras escreveram. Então posso compreender o sentido do que Julio Cortázar escrevera em A volta ao dia em 80 mundos: que a literatura desfaz a falsa objetividade criada pela inteligência raciocinante, pela codificação cotidianizada e pelos meios de comunicação. Nas personagens de ficção, posso ter vislumbres de mim mesmo. Posso ver recantos de mim mesmo que não me são aparentes até a hora em que me deparo com alguma descrição de algum aspecto de alguma das personagens do relato que estou lendo. Não importa muito (ou nada) que o enredo ou as próprias personagens pareçam (ou de fato estejam) muito distantes dos meus cenários habituais de vida. O que importa é que o escritor ou a escritora, foram capazes de trazer para o papel, alguns fios muito tênues da interioridade ou do comportamento de alguém ficcional, que cria como que um reflexo de mim mesmo. Nesse reflexo me vejo, e vou desfazendo o meu estranhamento. Sei que este caminho de reencontro, ou estes caminhos de reencontro de mim mesmo pela literatura, começaram na minha vida, muito cedo. Lembro dos contos que a minha mãe nos lia, quando éramos crianças. Cartas a gente menuda, de Constancio C. Vigil. La Señora del espino blanco, que era sobre a mãe de Jesus. A arca de Noé. Estes livros me chamavam a atenção por suas imagens. Creio que aos poucos fui encontrando um lugar nos livros, fui percebendo que ali era e sou mais eu. Passaram-se já muitos anos desde esses tempos iniciais das minhas primeiras leituras. Mas ainda hoje, e pela vida afora, fui mantendo e continuo reforçando a minha sensação de que o meu verdadeiro lugar está lá, nas páginas de algum livro. De algum ou de muitos livros, de todos os livros de ficção que li ao longo dos meus dias.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Tecendo juntos

Em várias oportunidades, tenho recebido mensagens de pessoas que tem valorizado esta partilha de textos e experiências. Nobreza obriga. Essas pessoas que dispendem algo do seu tempo para me encorajar a prosseguir nesta atividade, estimulam em mim o sentimento de que isto vale a pena. Vale a pena continuar crescendo juntos. Desfazer a mecanicidade, a mecanização, o distanciamento, o anonimato, o isolamento. Vale muito a pena estreitar laços. Apostar no diálogo que constrói. Boa parte destes escritos são partilhas de experiências pessoais. Mas não existe nada pessoal que não seja coletivo, social, comunitário. Daí o meu agradecimento redundar num reforço desta caminhada juntos. Que se estende por muitos lugares do Brasil, e de outros países da América Latina e Europa. Livros, letras, cadernos, palavras. São tijolos. Somos diálogo, conversa, construção de significados. Continuemos tecendo. Construindo esperança a cada dia. Esperança, sim. De que um mundo melhor aninha em cada um, em cada uma de nós. E que entre todos e todas, podemos construir e de fato estamos construindo uma humanidade mais fraterna, mais unificada, mais confiante na capacidade construtiva da palavra. Obrigado, sempre obrigado!

sábado, 5 de janeiro de 2013

¿Dónde está Dios?

Yo creo que no hay nadie que no se haya hecho, o que no siga haciéndose esta pregunta. Últimamente, estoy cada vez más tendiendo a encontrar a Dios dentro de mí mismo, o mejor dicho, a tratarme como una manifestación de Dios. Tratando de amarme, de conocerme, de percibir la grandiosidad del hecho de estar vivo. Yo creo que esta exploración del universo interior, estos intentos de auto-aceptación, tienen algo de sagrado. Talvez sean de las más sagradas de todas las cosas. Porque el amor a uno mismo (o a una misma, si sos mujer), es el comienzo de todo otro amor. No puedo amar a nadie si no me amo. Y si no amo a este Dios que soy yo, ¿a quién podría amar, de verdad? Estas preguntas las hago a partir de mi propia experiencia, y a partir de lo que vengo aprendiendo en varios ámbitos de la religiosidad y de la espiritualidad, bien como en la acción comunitaria, en la experiencia de actuar en el interior de la Terapia Comunitaria Integrativa, bien como en el espacio literario. En todos estos espacios, que tienden a ser un único espacio, todo converge hacia mí mismo, hacia mi propio ser. El amor de mis amigos, el amor de mi mujer, el amor de mis hijos e hijas, de toda mi familia, de las personas con quienes participo en todos estos ámbitos de crecimiento, tiene un comienzo y un final, que está en mi propia persona. Me voy dando cuenta de que mi vida surgió por un acto de amor de mis padres, y que en los diversos espacios donde me fui y me sigo construyendo como persona, fui teniendo oportunidades de ir conformando mi propia personalidad, mis modos de ser. Hoy me toca mirar toda esa caminata, toda esa construcción minuciosa que es la textura de mi propia vida, y no puedo dejar de notar que hay algo mucho más sutil cosiéndolo todo. Hay un clima de confianza, hoy puedo confiar. Hay una paz, una amorosidad, algo más grande, que guia mis pasos, así como los pasos de todas las personas alrededor. Y en esa confianza creciente, que viene como una especie de regalo a esta altura de mi vida, no puedo dejar de sentir la manifestación de Dios. Dios adentro, Dios afuera, Dios por todas partes.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Una especie de silencio

Hay veces que quisieras decir tantas cosas. De como es fuerte el impacto que en tí provoca la sensación de estar vivo. No dejas de maravillarte, cada día, con esta sensación tan intensa, de sentirte respirando, viendo, escuchando, caminando, sintiendo el mundo con tus manos, con tu pensamento, con tu corazón. A veces te quedas como absorto, ensimismado, como parado en el tiempo, viendo a alguien o alguna cosa, una persona o una planta, una casa o las nubes, las calles con autos, un niño jugando en la arena, alguien pasando con un perro, una flor. Con el tiempo, has ido recuperando una especie de silencio interior, una sensación como de vida primera. Aunque los pensamentos no han cesado del todo, a veces son tan tenues, tan como lejanos, que es casi como si no los hubiera. Casi como si solamente hubiera silencio, pero un silencio lleno, un silencio que cose todas las cosas, que une todo lo que existe, y te incluye en esa unidad.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Movimiento de recuperación del lenguaje interno.

Desde que naciste, te fueron diciendo cosas sobre vos mismo (o sobre vos misma, si sos mujer, pero no me voy a pasar todo este escrito bifurcando el linguaje, siempre que hablo, hablo del ser humano, hombre o mujer). Que eras esto, que eras lo otro, que el mundo ser así o asá. Sólo que de pronto, un día, o varios días, o varias veces durante muchos días, te fuiste y te vas dando cuenta de que no, de que no sos tanto como te lo habías creído, ni el mundo es demasiado como te lo habías creído, tampoco. De repente, vas teniendo otras percepciones de tí mismo, que vienen abriéndose paso en medio de la nube, en medio de la pared de cosas extrañas que habías asimilado como propias, y dentro de la cual habías quedado preso. Y por un ladrillo que falta, por una brecha que se abre, empezás a verte a vos mismo. Entonces empezás a respirar mejor. Pero también surge un dilema. ¿Cómo continuar existiendo en un mundo en el que ya no sos más el que creías que eras (tus falsos yos), un mundo, por otra parte, que ya no es más como habías aprendido a creer que era? Es un problema, pero no lo es, también. En realidad, da mucho más trabajo, daba mucho más trabajo, hacerte creer a vos mismo todo el tiempo, que eras lo que no eras, que simplemente ser quien sos. Ser quien uno es, también da trabajo, pero es un trabajo diferente. Es un trabajo placentero, podríamos decir. Porque tenés que irte descifrando, tenés que irte descubriendo a cada instante, en vez de seguir obedecendo algún programa extraño internalizado, como antes. Ahora es como si el camino, el dentro y el fuera, se fueran definiendo a cada instante. Te vas creando, en un mundo que se recrea con vos, a todo instante. Vas a tropezar, probablemente, o con certeza, pero no van a ser tantas las caídas, ni tampoco tan violentas. De a poco vas a irte descubriendo más integrado a todo lo que existe. Vas a ir descubiriendo que hay como un mapa, un mapa cambiante, en la planta de tus pies, en tu respiración, en tus ojos, en tu sentimento, en todo tu cuerpo, en todo tu ser. Y este mapa que es cambiante, a todo instante se va transformando en otra cosa. Pero todo este proceso, toda esta recuperación de tu propio ser, demanda un trabajo de reconstrucción interna, de lo que sabes de tí y de lo que te vas diciendote a tí mismo todo el tempo. Los tropiezos que vas a encontrar, serán como que los ajustes inevitables entre lo viejo que cae y lo nuevo que renace. Y una cosa que puedo decir, por haberla experimentado y estar experimentándola, es que es muy lindo este proceso de irse pariendo a todo instante. Uno irá chocando con algunas personas o consigo mismo, hasta que todo vaya adquiriendo esa cualidad de ajuste cambiante. Bueno, esto es lo que te quería decir. Feliz vida nueva.