Uma sociedade que está baseada na acumulação do dinheiro,
pouco preça a vida. As vidas são meios. Meios para o capital. É uma sociedade
que corre, sempre têm pressa, embora não saiba para onde vai. Ou pior,
claramente vai na direção da morte. Pode haver algo mais insensato, imbecil e
estúpido? A sociedade em que vivemos usa e descarta. Descarta jovens e velhos.
Descarta mulheres e mendigos. Descarta o meio ambiente e os indígenas. Mas isto
é, novamente, uma grande imbecilidade e idiotice. É a sociedade da violência,
da tortura, do assassinato, da opressão, da mentira, da enganação. Uso e
descarte. Por que mataram Jesus, Gandhi e John Lennon? Homens sensíveis, homens
amorosos, incomodam. São um mal exemplo. Homem deve gritar e socar. Homem deve
matar e estuprar. Esse é o credo machista. Abusar, xingar, destruir, atropelar.
Mas nós não temos que concordar com esta aberração. Viver para matar. Viver
para morrer. Isso é um absurdo. Vida é para ser vivida, não importa se é uma
vida negra ou branca ou morena ou amarela. A pandemia pôs a nu o que era sabido
desde sempre. Vivemos num mundo doente. Tomara que o confinamento e o
isolamento, e que a insensibilidade de governantes claramente comprometidos com
um projeto de genocídio e destruição, possam nos acordar para a vida. Vida é
uma só, e passa ligeiro. A pergunta que intitula estas reflexões é para nos
acordar para o valor incalculável do instante, do momento, da vida que se vai
antes de que tenhamos sido capazes de vivê-la. Voltemos nosso olhar para esses
homens sensíveis e amorosos que nos traçaram um rumo e apontaram para uma
direção precisa. O amor e a justiça. A paz e a arte. A oração e o serviço ao
próximo. O crescimento comunitário.
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