A vida dá muitas voltas, e de tanto dar voltas, volta e meia
voltamos ao mesmo lugar. O nazismo deixa as páginas dos livros de história e
retorna à cena cotidiana.
Não posso negar que esta volta do mais baixo da
humanidade, a própria desumanidade, me atinge duramente.
A vida é tão valiosa!
Tanto trabalho que dá uma pessoa vir a se tornar gente! Anos de cuidados,
esforços próprios e da família, gente em volta ajudando, colaborando, até que
encontramos um lugar no mundo.
E de repente, aparentemente do nada, surge outra
vez a besta. De novo os ataques aos direitos humanos, sociais e laborais. Outra
vez a desqualificação da vida humana pela mão dos regimes equivocadamente
denominados de “neoliberais” (nada têm de novos nem de liberais).
A direita não
se endireita. A começar pelo próprio nome: nada têm de direito surrupiar as
aposentadorias, agredir as mulheres e a comunidade LGBT, praticar o racismo e a
agressão aos mais pobres.
Ninguém deve se omitir quando a causa é a humanidade.
Não se trata de questões ideológicas nem partidárias, tampouco religiosas. É
uma questão humana, a defesa e cuidado do humano. Cultivar a arte que nos
expande, nos unifica com o todo, nos abre para a experiência da diferença à
nossa volta.
Buscar a beleza que nos enamora da criação, nos tornando sensíveis
à existência das demais pessoas. Permanecer unificados com a nossa história de
vida, nossos valores, nossa identidade, consciência e projetos. Desfazer o
isolamento fictício e aberrante da indústria da domesticação, que fabrica ilhas
incomunicáveis.
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