segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

A causa humana


A vida dá muitas voltas, e de tanto dar voltas, volta e meia voltamos ao mesmo lugar. O nazismo deixa as páginas dos livros de história e retorna à cena cotidiana. 

Não posso negar que esta volta do mais baixo da humanidade, a própria desumanidade, me atinge duramente. 

A vida é tão valiosa! Tanto trabalho que dá uma pessoa vir a se tornar gente! Anos de cuidados, esforços próprios e da família, gente em volta ajudando, colaborando, até que encontramos um lugar no mundo. 

E de repente, aparentemente do nada, surge outra vez a besta. De novo os ataques aos direitos humanos, sociais e laborais. Outra vez a desqualificação da vida humana pela mão dos regimes equivocadamente denominados de “neoliberais” (nada têm de novos nem de liberais). 

A direita não se endireita. A começar pelo próprio nome: nada têm de direito surrupiar as aposentadorias, agredir as mulheres e a comunidade LGBT, praticar o racismo e a agressão aos mais pobres. 

Ninguém deve se omitir quando a causa é a humanidade. Não se trata de questões ideológicas nem partidárias, tampouco religiosas. É uma questão humana, a defesa e cuidado do humano. Cultivar a arte que nos expande, nos unifica com o todo, nos abre para a experiência da diferença à nossa volta. 

Buscar a beleza que nos enamora da criação, nos tornando sensíveis à existência das demais pessoas. Permanecer unificados com a nossa história de vida, nossos valores, nossa identidade, consciência e projetos. Desfazer o isolamento fictício e aberrante da indústria da domesticação, que fabrica ilhas incomunicáveis.

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