Colaborei numa revista digital durante quase 20 anos. Hoje
por motivos que desconheço, talvez técnicos, estou impedido de publicar nela. Aprendo
a ver as vantagens dos inconvenientes. Todas as pessoas cujos artigos eu
republicava na revista em pauta têm os seus blogs. Não digo que não fique uma
saudade. Tudo que termina ou parece ter terminado deixa um sabor como de
ausência. Tenho a consciência tranquila quanto a ter feito o mais que pude para
apoiar o projeto de imprensa livre do qual me senti parte. O tempo atual parece
ser de um direcionamento em outra linha. Outro foco, que não se dissocia dos
cenários macro, mas os inclui de uma maneira menos evidente. A ausência obrigada
da revista de que estou falando me faz lembrar de tempos em que a ação também
se circunscrevia por motivos forçados, aos âmbitos pessoal e íntimo. A história
dá muitas voltas. Na idade em que me encontro tudo tende a refluir em direção ao
menorzinho. O mais pequeno e imperceptível é o que mais me chama a atenção e me
plenifica. A contemplação dos passarinhos e das flores, o enredo de uma novela,
o som de uma canção. É nessa direção que eu vou.
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