sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mandala

Volvía del viaje y leía la felicitación de un amigo. Recordaba los caminos recorridos, las caras vistas, los sentimientos, los días pasados. Lo escuchado, lo vivido, lo sentido. Unas y otras cosas, todo lo vivido, lo visto, lo escuchado, son una canción que embala el corazón. El rostro de un niño chiquito que sonríe. Te miras en las caras de tantas y tantos recogiendo caminos de sus vidas que son tuya. Una sola vida pulsante. El corazón en el piso en el centro de entrenamiento. Las calles andadas, las comidas en común. La soledad. Los sentimientos que unen. La comunidad. La vida que pasa. Llegas al umbral y miras los años pasados. Ves tantas personas que encontraste. Los caminos son como telas, como hilos que se entrelazan y forman todo a tu alrededor. Eres un ovillo que se desenrolla y se enrolla. Ruedas, giras, das vueltas. Todo gira a tu alrededor, las estrellas, los pájaros en sus vuelos. Eres tú renaciendo.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Y yo la Amo

Su mente estaba quieta, casi del todo. No que no hubiera pensamientos, los había, pero sin el tumulto de antiguamente. Le costaba moverse, tomar decisiones, hacer algo, interesarse por alguna cosa. No que el desinterés fuera total, pero ya no había el empuje irresistible de otros tiempos. Había como que una quietud constante, o más permanente. Un sentir más tranquilo. Un amor por Aquella a quien llevaba en su corazón, en quien reconocía la presencia del Amor incondicional en su vida y a quien, definitivamente, le abriera las puertas. Se aceptara, aceptara ese amor sin barreras, dejaba que Ella lo quisiera de esa manera como ella lo amaba, y la amaba de igual manera, sin condiciones, sin restricciones. Y esto era todo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Bom dia, dia

Esta mañana me levanté con alegría. Buen día, día
El día estaba lindo. Son lindos los días.
Un azul clarito, celeste, y nubes en el horizonte.
Un amigo. Charlamos. La playa. El mar, ese antiguo ser.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Escribir

Me acuerdo de Paperback Writer, escribiendo novelas en el fondo del mar, en Submarino Amarillo. Aquél hombre que escribía, en el Principito. El manantial, un poema en prosa de mi niñez. Después con la Internet, uno puede escribir y leer todo el tiempo, como en un cuento de Cortázar o de Machado de Assis.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Oras

Um dia atípico na praia. Muitos carros. Lias um livro muito antigo, outros mais recentes, anotas alguma coisa. Falas com teu pai. Lembras de amigos. Oras e a oração te leva longe, juntando gente, lugares, pessoas e momentos.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ernesto Che Guevara

Hoje se recorda a morte de Ernesto Che Guevara na Bolívia, em 1967. Lembro meu pai apontando o dedo para a notícia no diário Los Andes, de Mendoza. Eu estava na secundária e nem fazia idéia de quem era o Che Guevara. Anos depois, o seu rosto aparecia nas paredes da cidade, pintado por colegas da oposição ao regime militar da hora.

Seria possível, pensava. Seria possível uma América Latina como ele pensava, sem opressores, sem fome, sem dominação. Uma América Latina justa, fraterna, de irmãos. Quando ele ia morrer, se conta, encorajou o soldadinho encarregado de matá-lo. Cumpra com a sua tarefa, ele disse.

Esse rosto dele morto, do Che Guevara olhando com um olhar que ainda nos olha, que ainda vê um mundo dividido entre quem come e quem passa fome, quem ama e quem sofre desamores de toda a espécie, esse rosto ainda nos diz: Você pode, levanta-te e anda! Vá atrás dos seus sonhos!

Não desista, insista, resista! Hoje fazem já tantos anos daquele dia, e ainda te lembramos, Che Guevara. Não para idolatrar um mito, seria um modo a mais de te matar, de trair o sentimento que te levou à guerrilha na Bolívia onde foste para não te trair, para não virar um burocrata a mais em Cuba, para não deixar se ser quem eras, para continuar sendo alguém capaz de sentir a menor das injustiças cometidas contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, como escreveste aos teus filhos.

Seria confortável terminar estas linhas com a tua consigna, Até a vitória sempre, venceremos, e talvez seja a forma mais adequada, não sei. Como se homenageia alguém a não ser seguindo com a sua luta. Não luta armada, não. Não creio em armas, não as que matam. Não cria naqueles anos da juventude, em que os guerrilheiros enfrentavam até a morte o engenho do ódio.

Os admirava, sem dúvida, quando distribuíam comida nas favelas e enfrentavam o exército e a polícia. Não gostei quando os trucidaram em Trelew, mas tampouco gostava que matassem policiais pelo mero fato de serem policiais. Quando a ciranda da morte se ensenhoreou do meu país, Argentina se tornou um mundo sem lei, a lei do revólver.

Os genocidas ainda impunes, seus apoiadores eclesiásticos e financeiros, jornalísticos e outros, ainda impunes. A tua morte, impune? Creio em outra justiça. Santo Ernesto de La Higuera, te batizaram os índios e camponeses bolivianos. Não sei se és ou eras santo. Apenas sei que continuas a ser um exemplo a seguir. Alguém fiel a si mesmo. Um amor incondicional.

Nisso creio, nisto te assemelhaste a Jesus de Nazaré, que nos guia desde a eternidade para essa terra onde sempre brilha o sol, onde não há exploradores nem explorados. Até lá, Che Guevara! Até sempre, até a vitória, sempre!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Vida de escritor

La vida de un escritor son sus escritos. Él vive en una hoja. Vive en las hojas. No se enoja si no puede escribir, pero escribe para vivir, aunque nadie le pague. Escribe aún sin hojas, en su mente, en su memoria. En su atención. Su intención es traer la vida al papel y el papel a la vida.

O bom escritor não escreve, deixa que a palavra o leve.

2 de abril de 2009 no mosteiro de Santo Antônio, à noite. (Patos)

domingo, 4 de outubro de 2009

Canción para María

Escribiría una canción para vos
No sé cómo haría
No sé si cabrían en un papel, en mi voz,
en el Universo, lo que siento por vos, María.
Tus ojos dulces, tu amor sin par
Ese tu yeito meigo de ser e de viver
Não saberia o que dizer nem como dizer
Nem se dizer ou não dizer. Apenas diria
Te amo, María

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Ya viene el sol

Ya no falta mucho
Ya viene el sol
En breve la luz vendrá
Y la oscuridad se irá

O sol nesta manhã

Hoje de manhã vi o nascer do sol, ou quase. Já estava sobre o horizonte, não muito acima, o céu tingido de vermelho laranja amarelo violeta. Essas cores foram mudando do mais tênue vermelho amarelo alaranjado até o púrpura lacre, depois amarelo ouro e limão. Depois ele continuou subindo, deixando um lastro de luz sobre o mar. As pessoas andavam pela beira mar, pelo calçadão, e o barranco estava verde, pintadas de amarelo as beiras das plantas e das árvores. Parei algumas vezes para vê-lo no céu, brilhando. Um perfume vinha de uma árvore florida que ontem vimos ao passar pela calçada. Já os ônibus pegam passageiros para suas tarefas e é hora de eu deixar você com estas leituras começando o dia.