Esta tarde, na sala
de espera do consultório médico, via os quadros nas paredes. Um, do
museu do Vaticano, mostrava o Éden. O Paraíso. Animais e humanos
convivendo em harmonia. Outro, mostrava dois barcos num cais. O
terceiro, era uma avenida, com casas dos dois lados, à nite,
iluminada. Poderia ser Paris, ou San Rafael. Placidez. Tranquilidade.
Sossego. Belos quadros. De manhã, o encontro com as amigas e amigos
do grupo cristão. Agora, quando a luz já vai se indo, lembro da
caminhada ontem com a minha esposa, pela beira mar. O luar. A areia.
A luz da lua dançando sob o círculo luminoso, nas ondas. Os barcos
marolando, suavemente. Um pouco antes de escrever estas anotações,
tentei compor um cartaz para o próximo curso de Terapia Comunitária
Integrativa. Tentativas de pôr o sentimento e o pensamento em coisas
úteis, coisas que gosto e me fazem bem. Um quadro que estou
brincando de pintar. Amarelo, com um sol enorme no meio. Um motivo
que venho pintando desde 1992. Pensava nas limitações com que somos
obrigados a conviver. Limitações de tempo, de todo tipo. A vida vai
se indo de fininho, e a gente começa a ter uma sensação muito
forte, do precioso que é cada segundo. Olho para dentro de mim, e
vejo-sinto a teia de luz que me compõe. Os afetos de que estou
feito. Respiro fundo. A vida vai se indo e eu vou com a vida.
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