quarta-feira, 23 de março de 2016

Composição

Esta tarde, na sala de espera do consultório médico, via os quadros nas paredes. Um, do museu do Vaticano, mostrava o Éden. O Paraíso. Animais e humanos convivendo em harmonia. Outro, mostrava dois barcos num cais. O terceiro, era uma avenida, com casas dos dois lados, à nite, iluminada. Poderia ser Paris, ou San Rafael. Placidez. Tranquilidade. Sossego. Belos quadros. De manhã, o encontro com as amigas e amigos do grupo cristão. Agora, quando a luz já vai se indo, lembro da caminhada ontem com a minha esposa, pela beira mar. O luar. A areia. A luz da lua dançando sob o círculo luminoso, nas ondas. Os barcos marolando, suavemente. Um pouco antes de escrever estas anotações, tentei compor um cartaz para o próximo curso de Terapia Comunitária Integrativa. Tentativas de pôr o sentimento e o pensamento em coisas úteis, coisas que gosto e me fazem bem. Um quadro que estou brincando de pintar. Amarelo, com um sol enorme no meio. Um motivo que venho pintando desde 1992. Pensava nas limitações com que somos obrigados a conviver. Limitações de tempo, de todo tipo. A vida vai se indo de fininho, e a gente começa a ter uma sensação muito forte, do precioso que é cada segundo. Olho para dentro de mim, e vejo-sinto a teia de luz que me compõe. Os afetos de que estou feito. Respiro fundo. A vida vai se indo e eu vou com a vida.  

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