Todo este tempo de
caminhar ao lado do povo, com os setores democráticos e populares,
na defesa da democracia política e da justiça social, tem me
trazido nova energia. Algo de muito bom renasce de dentro da gente,
quando vamos mais uma vez, atrás daquilo que não pode nem deve ser
negociado. A liberdade, os direitos humanos e sociais, as conquistas
dos trabalhadores e trabalhadoras. Uma força intensa volta a me
animar, como quando, em outras épocas --e ainda hoje-- me empenhei
em atividades comunitárias e sociais em prol do desenvolvimento da
pessoa humana. Não se trata apenas de resistir ao golpe de Estado. É
isto, sem dúvida, mas é muito mais. É continuar a manter a fé na
decência, na justiça, no que é correto e nobre, o que é feito a
muitas mãos. O capitalismo não se combate apenas com discursos. Se
combate no dia a dia. No cotidiano, de muitas maneiras. Nesta hora em
que vejo renascer dentro de mim essa força do amor irrestrito, esse
amor que se costura minuto a minuto com as minhas raízes e se
projeta para um aqui e agora renovado, percebo que valeu a pena.
Valeu a pena ter insistido até aqui, e continuar insistindo. A
reação não vai vencer. Os parasitas deverão aprender a respeitar
a quem trabalha, a quem gera as riquezas e faz com que se movam as
rodas da história. Acredito que uma das grandes lições da
mobilização contra o golpe no Brasil, seja a de ter evidenciado que
o ser humano não se deixa explorar passivamente. Existe um algo
dentro de nós, que se rebela contra o atropelo e contra a violência.
Isso é sagrado, e deve ser mantido. Isso é o que nos poderá fazer
vencedores deste e de qualquer outro golpe.
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