Hoje de manhã, como tantas outras vezes, fui caminhar pela
praia. O mar azul esverdeado, quase turquesa na linha do horizonte. O barranco
de Cabo Branco. As sombrinhas desenhando um traço contínuo acompanhando a
margem do mar. E, na caminhada, o mundo interior a ir clareando, a ir se
arrumando, a ir se harmonizando com o que está fora. Nestas caminhadas, o
dentro e o fora vão se equilibrando. O
fora deixa de ser tão estranho ou hostil, vai se tornando meu. Olho para dentro
agora, e vejo as raízes, os vínculos de amizade, os sonhos em que me empenho,
pessoal e coletivamente. Trabalhos de formiga em que me fui tendo de
volta. A Terapia Comunitária
Integrativa, onde fui vendo como as carências se transformaram em competência.
Como as dores de ontem e de antes de ontem e as de hoje, são o solo de onde
brotou este presente. Esta plenitude que muitas vezes sinto, vem dessas dores
transformadas. Então vejo como não me
afastei da minha história. Como a criança que fui, foi me guiando a través de
todas as situações muitas vezes adversas, até esta hora de graça partilhada.
Este presente que poético-literariamente trato de habitar. É uma tarefa para o
dia a dia.
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