domingo, 8 de fevereiro de 2015

Presente

Hoje de manhã, como tantas outras vezes, fui caminhar pela praia. O mar azul esverdeado, quase turquesa na linha do horizonte. O barranco de Cabo Branco. As sombrinhas desenhando um traço contínuo acompanhando a margem do mar. E, na caminhada, o mundo interior a ir clareando, a ir se arrumando, a ir se harmonizando com o que está fora. Nestas caminhadas, o dentro e o fora vão se equilibrando.  O fora deixa de ser tão estranho ou hostil, vai se tornando meu. Olho para dentro agora, e vejo as raízes, os vínculos de amizade, os sonhos em que me empenho, pessoal e coletivamente. Trabalhos de formiga em que me fui tendo de volta.  A Terapia Comunitária Integrativa, onde fui vendo como as carências se transformaram em competência. Como as dores de ontem e de antes de ontem e as de hoje, são o solo de onde brotou este presente. Esta plenitude que muitas vezes sinto, vem dessas dores transformadas.  Então vejo como não me afastei da minha história. Como a criança que fui, foi me guiando a través de todas as situações muitas vezes adversas, até esta hora de graça partilhada. Este presente que poético-literariamente trato de habitar. É uma tarefa para o dia a dia.

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