segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Lugar atemporal

Há alguns momentos em que nos deixamos escorregar para uma realidade atemporal, para um tempo parado, quieto. Isto pode ocorrer no meio das atividades diárias, enquanto esperas o elevador, ou antes de descer pelas escadas. Podes ir para esse lugar sem tempo, para esse lugar sem movimentos, que está perpetuamente igual a si mesmo, e ali ter uma sensação de eternidade, de imortalidade. Isto pode ocorrer enquanto olhas uma película na televisão, uns bosques á beira das águas de um lago, alguém remando, as ondas se desenhando na superfície das águas. Em algum momento do dia, o tempo parece se deter. Ou será que és tu que paras, que deténs o teu ir e vir, teu passar, teu estar indo para algum lugar. De repente pode ser enquanto ouves a voz da tua amada, ou ao passar por baixo de uma árvore na calçada, rumo ao mar ou na volta da praia. Também pode ocorrer enquanto lês um livro desses que parece prolongar a nossa vida pelas mãos de um relato que te envolve, que parece ser a tua própria vida transposta para as páginas do livro que lês na sala, enquanto as pessoas em volta, enquanto a tarde que se vai indo em direção à noite, enquanto o vento e a chuva. Podes ir para esse lugar sem tempo a qualquer momento, talvez ele sejas tu mesmo, ou esteja em ti, ou à tua volta. Não sabes. Pouco importa, esse lugar está aqui, ali, em toda parte.

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