terça-feira, 17 de março de 2015

Defender a democracia

Muitas coisas vem ao pensamento, a respeito da mobilização de domingo passado, contra a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, e contra o PT, o Partido dos Trabalhadores. Essas passeatas tiveram o tom do ódio, do ressentimento. Dilma disse ontem à noite, na TV, algo que creio que todo mundo deve ter prestado atenção. Ou deveria. A presidenta da República advertiu que quem cria instabilidade, está fazendo um jogo perigoso. A instabilidade vai atingir não apenas a quem estes agitadores visam, mas o conjunto da sociedade e do sistema democrático. Esta é uma advertência séria. Acredito, como muitas pessoas, que não se pode pôr em risco a institucionalidade democrática, sob o subterfúgio de que se está “combatendo a corrupção. Corrupção = PT”. Este é o jogo da rede Globo. Este é o jogo de outras emissoras de TV que seguem à risca essa mesma cartilha. Martelam manhã, tarde e noite com a mesma ladainha: congresso corrupto, políticos corruptos. Leia-se: “Políticos corruptos = políticos do PT”. Estão destruindo a credibilidade na democracia. É o jogo do fascismo. É o jogo da ultradireita antidemocrática. Essa massa de desmiolados que encheram as ruas com cruzes esvásticas e apelos para que venha uma ditadura, deveriam ser enquadrados em alguma lei de defesa da democracia, se é que esta lei existe. E se não existe, deve ser criada. A democracia deve ser capaz de se defender dos seus inimigos. Democraticamente. Não sou do PT, embora o tenha votado em várias disputas eleitorais. Isto me deixa muito à vontade para partilhar estas considerações. Mas não posso ficar parado vendo o jogo perverso que a direita mais reacionária está fazendo, mobilizando uma multidão de ressentidos inconformados com a derrota do PSDB nas últimas eleições, e com a política de inclusão social que vem sendo praticada pelas gestões nacionais do PT, em campos chave da vida social, como a educação superior, a moradia e a saúde. Muito há ainda para ser feito, mas este país tem dado passos largos em direção a uma sociedade mais igualitária. Até os inimigos da democracia seriam mais felizes em um país onde não houvesse tantos pobres nem marginalizados. Mas para isto deveriam mudar o foco do TER, para o SER. Algo que Paulo Freire ensinou, e pelo qual continua a ser reconhecido em todo o Brasil e no mundo inteiro. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário